Felinos lindos
Nome científico: Leopardus tigrinus (Schreber, 1775)
Nome comum: Gato-do-mato-pequeno (português), Tiger cat (inglês);
História Natural: Noturno e solitário;
Ambiente: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Campos Sulinos, podendo habitar regiões próximas a áreas agrícolas;
Dieta: Carnívora (Alimenta-se principalmente de pequenos vertebrados, como mamíferos, aves e lagartos, sendo que animais maiores como quati (Nasua nasua), paca (Cuniculus paca) e tapiti (Sylvilagus brasiliensis) também foram registrados em suas fezes;
Distribuição geográfica: Ocorre da Costa Rica ao norte da Argentina e em todo o Brasil, até 3.200 m de altitude;
Reprodução: O período de gestação é de 73 a 78 dias, nascendo de um a quatro filhotes;
Características: É menor gato selvagem da América do Sul, com comprimento variando de 60,0 a 85,0 cm e o peso de 1,5 kg a 3,5 kg. As patas são pequenas e proporcionais ao corpo, e os pêlos da nuca são voltados para trás, características estas que permitem diferenciar essa espécie de L. wiedii. A coloração ocorre em tonalidades de amarelo e castanho, sendo a existência de indivíduos melânicos relativamente comum. Possui rosetas pelo corpo, geralmente pequenas, abertas e em maior quantidade que em L. wiedii;
Status: Espécie considerada em perigo no estado de Minas Gerais, vulnerável no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Espírito Santo e na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção quase ameaçada no Rio de Janeiro e na Lista Vermelha mundial da IUCN, e citada no apêndice I da CITES;
Principais Ameaças: A destruição do habitat, à caça predatória para comercialização de peles e o grande número de atropelamentos.
Gato-Maracajá
Nome científico: Leopardus Wiedii (Schinz, 1821)
Nome comum: Gato maracajá, gato do mato (português), Margay (inglês);
História Natural: Noturno, arborícola, solitário;
Ambiente: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica e Campos Sulinos, vivendo a no máximo 900 m de altitude e predominantemente em florestas, inclusive nas matas de galeria do cerrado. Em geral, é encontrado em locais não perturbados pela presença humana;
Dieta: Carnívora (alimentam-se comumente de pequenos mamíferos (terrestres e/ou arbóreos), aves e eventualmente répteis e mamíferos de médio porte;
Distribuição geográfica: Ocorre das planícies costeiras do México até o norte do Uruguai e Argentina, e em todo o Brasil até o norte do estado do Rio Grande do Sul;
Reprodução: O período de gestação é de 81 a 84 dias, nascendo apenas um filhote;
Características: É uma espécie de porte pequeno como miniatura de Leopardus Pardalis. Possui comprimento de cabeça e corpo de 53,6 cm e cauda longa, em geral maior que a metade do comprimento do corpo, com 37,6 cm em média. O peso é de aproximadamente 3,3 kg. Caracteriza-se por apresentar olhos grandes e protuberantes, focinho saliente e patas grandes. A coloração pode variar entre amarelo-acinzentado e castanho. Possuem manchas com padrão variado, de pintas sólidas a bandas longitudinais, e as rosetas são largas, completas e bem espaçadas nas laterais. O padrão de manchas, as proporções corporais e os pêlos da nuca voltados para frente são características que distinguem essa espécie de L. tigrinus. É uma espécie extremamente adaptado à vida arbórea, sendo assim considerado um animal escansorial. As articulações em seus membros traseiros possuem grande flexibilidade, permitindo a espécie uma rotação de até 180 graus, o que facilita a escalada em árvores;
Status: Espécie considerada em perigo no estado de São Paulo e Minas Gerais, vulnerável no Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo e na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, espécie de preocupação menor na Lista Vermelha mundial da IUCN, e citada no apêndice I da CITES;
Principais Ameaças: Destruição de seu habitat e à caça predatória para comercialização de sua pele.
Jaguatirica
Nome científico: Leopardus pardalis (Linnaeus, 1758)
Nome comum: Jaguatirica (português), Ocelot (inglês);
História Natural: Atividade predominantemente noturna, terrestre e solitário;
Ambiente: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Campos Sulinos;
Dieta: Inteiramente carnívoro (Aliementam-se principalmente de roedores, marsupiais, aves, lagartos e serpentes. Entretanto, eventuais registros de consumo de presas de maior porte, como cutia (Dasyprocta), tatu (Dasypus), macaco (por ex.: bugio Alouatta), tamanduá-mirim (Tamandua mexicana – não encontrada no Brasil), veado (Mazama americana) e quati (Nasua nasua) também podem ocorrer;
Distribuição geográfica: É encontrada do sudoeste do Texas (Estados Unidos) e oeste do México ao norte da Argentina, até 1.800 m de altitude. No Brasil ocorre em todas as regiões, com exceção do sul do estado do Rio Grande do Sul;
Reprodução: O período de gestação dura de 70 a 85 dias, nascendo de um a quatro filhotes;
Características: É uma espécie de porte médio, com comprimento da cabeça e corpo entre 67,0 e 101,5 cm e cauda proporcionalmente curta com média de 35,4 cm. Os machos podem pesar de 8,0 a 16,5 kg e as fêmeas de 7,2 a 9,0 kg. A cabeça e as patas são proporcionalmente grandes. A coloração pode variar do cinza-amarelado bem pálido ao castanho com as mais diversas tonalidades intermediárias; na região ventral a coloração é esbranquiçada e as manchas negras tendem a formar rosetas abertas que se unem formando bandas longitudinais nas laterais do corpo. Indivíduos jovens assemelham-se muito a exemplares de Leopardus wiedii;
Status: Espécie considerada criticamente em perigo no estado de Minas Gerais, vulnerável no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (apenas para L. pardalis mitis Cuvier, 1820, excluindo as populações da Bacia Amazônica), espécie de preocupação menor na Lista Vermelha mundial da IUCN, e citada no apêndice I da CITES;
Principais Ameaças: Destruição de seu habitat e à caça predatória para comercialização de peles.
Gato-mourisco
Nome científico: Puma yagouaroundi (E. Geoffroy, 1803)
Nome comum: Jaguarundi, gato-mourisco (português), Jaguarundi (inglês);
História Natural: Atividade predominantemente diurna, solitário e terrestres;
Ambiente: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica e Campos Sulinos;
Dieta: Carnívora (alimentam-se principalmente de pequenos roedores, aves, répteis e anfíbios);
Distribuição geográfica: Ocorre do sul do Texas até as províncias de Buenos Aires e Rio Negro na Argentina, e por todo o Brasil até altitudes de 2.200 m, com exceção do sul do estado do Rio Grande do Sul;
Reprodução: O período de gestação varia de 72 a 75 dias, quando nascem em média dois filhotes;
Características: É uma espécie de porte médio com comprimento variando de 49 a 77 cm (média 63cm), a cauda é longa de 28 a 59 cm (média 42cm) e peso em torno de 5,2kg (3-7kg). Possui uma aparência distinta, sem a presença de manchas, cabeça pequena, alongada e achatada, e orelhas pequenas e bem arredondadas. As pernas são relativamente curtas em relação ao corpo. A coloração é uniforme, apresentando três tipos básicos: amarronzada-negra, acinzentada e vermelho-amarelada. Os indivíduos de coloração mais escura estão associados a florestas, enquanto os mais claros a ambientes mais secos e abertos;
Status: A espécie é classificada como vulnerável no estado do Rio Grande do Sul, presumidamente ameaçada de extinção em Minas Gerais, deficiente em dados no Paraná, espécie de preocupação menor na Lista Vermelha mundial da IUCN, e citada no apêndice I da CITES. É o único felino brasileiro que não consta na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção;
Principais Ameaças: A destruição e a fragmentação dos habitats.
Gato-palheiro
Nome científico: Leopardus colocolo (Molina, 1810)
Nome comum: Gato-palheiro, gato-dos-pampas (português), Pampas cat (inglês);
História Natural: Atividade crepuscular e noturna, solitário e terrestre;
Ambiente: É quase sempre associado à habitats com vegetação aberta, ocorrendo nos biomas Cerrado, Pantanal e Campos Sulinos, mas também pode ser encontrado em ambientes florestados;
Dieta: Carnívora (alimentam-se principalmente de pequenos mamíferos, aves terrestres e lagartos;
Distribuição geográfica: Ocorre dos Andes do Equador e Peru até o extremo sul do continente sul-americano. A distribuição no Brasil ainda é incerta, tendo ocorrências registradas nos estados do Rio Grande do Sul, partes do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Brasil central até o sudoeste do Piauí, oeste da Bahia e Minas Gerais.
Reprodução: O período de gestação dura de 80 a 85 dias, com tamanho médio da prole de 1,3 filhotes (1-3);
Características: É um felídeo de pequeno porte com comprimento total de 60,0 a 100,0 cm e peso em torno de 3,5 kg. A aparência varia de acordo com sua área de ocorrência, mas é semelhante ao gato-doméstico (Felis catus). O pêlo é mais longo, a face é mais larga e as orelhas são mais pontiagudas que nas outras espécies de felinos neotropicais. A coloração apresenta seis padrões diferentes, do cinza-amarelado ao cinza escuro ou marrom-avermelhado, podendo ou não ter manchas. A principal característica diagnóstica são as listras escuras e largas nas patas em número de duas ou três nos membros anteriores, e três a cinco nos posteriores;
Status: É classificada como em perigo no estado do Rio Grande do Sul, vulnerável na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, além de quase ameaçada na Lista Vermelha mundial da IUCN;
Principais Ameaças: A destruição e a fragmentação dos habitats.
Gato-do-mato-grande
Nome científico: Leopardus geoffroyi (d’Orbigny & Gervais, 1843)
Nome comum: Gato-do-mato-grande (português), Geoffroy’s cat (inglês);
História Natural: Solitário e noturno, existem poucas informações a respeito de suas características sociais;
Ambiente: Ocorre em áreas florestadas do Rio Grande do Sul, mas também nas florestas secas e savanas do Chaco, dentre outros;
Dieta: Carnívora (alimentam-se principalmente de pequenos roedores, lagomorfos (tapiti e lebre), aves, répteis e até mesmo peixes;
Distribuição geográfica: Encontrado da Bolívia ao extremo sul do continente americano. No Brasil, a maioria dos registros de ocorrência provém de áreas florestadas do estado do Rio Grande do Sul. No entanto, existe um registro para o Paraná, na Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária – ecossistema do Domínio Mata Atlântica), na região metropolitana de Curitiba;
Reprodução: Operíodo de gestação é de 70 a 76 dias e produzem uma ninhada por ano, geralmente com dois ou três filhotes;
Características: É um felino de pequeno porte, com comprimento total variando de 78,1 a 95,6 cm, e pesando de 2,4 a 5,2 kg. A cor da pelagem varia do cinza claro ao ocre, sendo coberta por um grande número de pequenas manchas negras (características que o distingue dos demais felinos), apesar de já terem sido observados indivíduos cujas pintas formam rosetas; o dorso e as patas possuem pequenas listras negras e a cauda é anelada; o melanismo é relativamente comum;
Status: É considerado vulnerável no estado do Rio Grande do Sul, deficiente em dados no Paraná, quase ameaçada na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção e na Lista Vermelha mundial da IUCN e citada no apêndice I da CITES;
Principais Ameaças: A destruição das florestas é uma das principais ameaças á sua sobrevivência.
Onça-Parda
Nome científico: Puma concolor (Linnaeus, 1771)
Nome comum: Suçuarana, onça-parda, onça-vermelha (português), Puma (inglês);
História Natural: Atividade predominantemente noturna, solitário e terrestre;
Ambiente: Está presente em todos os biomas brasileiros (Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica e Campos Sulinos) e possui adaptação a diversos tipos de ambientes e climas, de desertos quentes aos altiplanos andinos e florestas tropicais e temperadas, tanto em áreas de vegetação primária quanto secundária;
Dieta: Carnívora (Em geral, sua dieta é composta basicamente por mamíferos de médio porte com peso médio de 18,0 kg, como porcos-do-mato (Tayassu pecari e Pecary tajacu), veados (Mazama spp. e outros), paca (Cuniculus paca), quati (Nasua nasua) e capivara (Hydrochoerus hydrochaeris). Entretanto, presas menores podem também ser consumidas, como pequenos mamíferos, aves, répteis, peixes e invertebrados);
Distribuição geográfica: Ocorre do oeste do Canadá ao extremo sul do continente sul-americano e por todo o Brasil;
Reprodução: O período de gestação dura de 84 a 98 dias, nascendo de um a seis filhotes de coloração clara e com manchas escuras e conspícuas, que desaparecem com seu crescimento, entre seis a dez meses de idade;
Características: É a segunda maior espécie de felino do Brasil, com comprimento total variando de 155,4 a 169,9 cm e peso de 22,0 a 70,0 kg. A pelagem é uniforme de coloração parda, com exceção do peito mais claro. É um animal de conformação delicada e alongada, o que lhe dá muita agilidade, sendo capaz de saltar do chão a alturas superiores a 5,0 m;
Status: A espécie é classificada como criticamente em perigo nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, em perigo no Rio Grande do Sul, vulnerável no Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (para as duas subespécies brasileiras: P. concolor capricornensis
e P. c. greeni, quase ameaçada na Lista Vermelha mundial da IUCN, e citada no apêndice I da CITES para as subespécies P. c. coryi, P. c. costaricensis e P. c. couguar;
Principais Ameaças: A alteração do habitat, com a conseqüente redução da disponibilidade de presas e a caça.
Onça-Pintada
Nome científico: Panthera onca (Linnaeus, 1758)
Nome comum: Onça-pintada, onça-preta (português), Jaguar (inglês);
História Natural: Solitário, predominantemente noturno e terrestre, apesar de escalar árvores e nadar muito bem;
Ambiente: No Brasil, ocorre em todos os biomas, desde aqueles com grande cobertura florestal, como a Amazônia e a Mata Atlântica, ou regiões abertas, como o Cerrado, Caatinga, Pantanal e Campos Sulinos.. Seu habitat básico inclui áreas com alto grau de conservação, grande disponibilidade de presas e suprimento de água abundante;
Dieta: Carnívora (principalmente vertebrados de médio e grande porte, como anta (Tapirus terrestris), capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), cateto (Pecari tajacu), queixada (Tayassu pecari), veado (Mazama spp. e outros), paca (Cuniculus paca), tatu (Dasypus spp.), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) e jacaré (Caiman spp.), além de haver registros de preguiça, cágado e peixe);
Distribuição geográfica: Originalmente, sua distribuição incluía o sudoeste dos Estados Unidos até o norte da Argentina. Entretanto, devido à perda de habitat por diversos fatores antrópicos,atualmente a espécie está extinta nos Estados Unidos, se restringindo às planícies costeiras do México, países da América Central, como Belize, Costa Rica e Panamá, e na América do Sul;
Reprodução: Os machos e as fêmeas encontram-se apenas no período reprodutivo e a gestação varia de 90 a 111 dias, com número médio de dois filhotes. A mãe cuida do filhote até que ele complete cerca de dois anos e neste período o ensina a caçar e a sobreviver;
Características: É o maior felino do continente americano, cujo peso varia de 61,0 a 158,0 kg. O comprimento total tem variação de 188,2 a 207,2 cm, sendo os machos maiores que as fêmeas. Além disso, indivíduos de áreas abertas parecem ser maiores que aqueles que vivem em áreas de floresta, talvez em decorrência de uma maior abundância de presas de grande porte naquele ambiente. Possui corpo robusto, compacto e musculoso, cabeça e patas grandes, e membros também fortes e musculosos. A coloração é amarelada na cabeça, dorso, patas e cauda, e esbranquiçada no peito e ventre. A cabeça, pescoço e patas são revestidos por pintas pretas, e nos ombros, costas e flancos as pintas formam rosetas com um ou mais pontos no seu interior. Difere do leopardo (Panthera pardus), que ocorre na África e Ásia, por apresentar esse padrão de rosetas em volta de pequenos pontos negros. Não são raros os indivíduos melânicos, e mesmo nesses casos, as rosetas podem ser vistas em contraste com a luz;
Status: A espécie é classificada como criticamente em perigo nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, quase ameaçada na Lista Vermelha mundial da IUCN, e citada no apêndice I da CITES;
Principais Ameaças: Atualmente, continua sendo um dos felinos mais perseguidos pelo homem, juntamente com Puma concolor, principalmente por predarem criações domésticas, como bovinos e caprinos. Isso geralmente ocorre quando o número de presas diminui, muitas vezes em decorrência de alterações ambientais provocadas pelo homem, como desmatamento e caça predatória a essas presas.
Referências Bibliográficas:
REIS, dos R. R.; PERACCHI, A. L.; PEDRO, W. A.; LIMA, de I. P. Mamíferos do Brasil – Londrina, 2006. 437 p.
OLIVEIRA, T. G. & CASSARO, K. Guia de campo dos felinos do Brasil. Instituto Pró- Carnívoros; Fundação Parque Zoológico de São Paulo; Sociedade de Zoológicos do Brasil; Pró- Vida Brasil: São Paulo, 80 p. 2005.